domingo, 8 de abril de 2012

Lamentos de um 'quase'

É, meu amigo... A vida às vezes gosta de dar uma chacoalhada e o destino pode se divertir bastante com o que pode fazer com ela...


Um dia você está tranquilo, levando sua vida em paz. Sessão pipoca com amigos, caminhadas na praia à noite, boas risadas ao telefone, a rotina estudantil com provas e trabalhos e preocupações habituais, nada de tirar os cabelos, sem paixões arrebatadoras ou amores não correspondidos. Seu coração já não se encontrava mais nas turbulências de um forte amor que tudo conquistou e devastou após se ir. Aparentemente, o equilíbrio encontrara seu espírito e você conseguia ter controle sobre si.


Eis que repentinamente, um amor de um passado distante reaparece. Assim, sem mais nem menos... Papo vai, papo vem, você se vê novamente embalado nos cantos da sereia. E como esse canto é atrativo... Dia após dia, você vai entrando nesse oceano sem fim, acalentado pelo embalo das ondas. Seu coração acelera só de pensar na pessoa e o que está por vir te provoca borboletas no estômago. E como é bom sentir isso novamente após quase um ano ‘anestesiada’. Tão bom que você se joga, sem pensar em riscos, sem avaliar circunstâncias... Você simplesmente vai e tudo se torna possível diante de um ideal romântico.


Sonhos alimentados e a velha esperança dos contos de fadas – malditos contos de fadas! – te fazem acreditar que pode ser real e que uma bela história, desses romances de banca de revista, poderia fazer parte da sua vida novamente. Está aí uma coisa que – desculpem o palavreado – ‘fode’ tudo: contos de fadas. Belíssimas histórias de amor que nos fazem acreditar quando crianças no ‘príncipe encantado’ e num final feliz para sempre, que entram na formação da nossa personalidade, em nosso inconsciente e alimentam esperanças ingênuas de uma vida inteira.


Sabe aquela frase “quando a esmola é muito grande, o santo desconfia”?  Algo tão perfeito idealmente aparecendo assim, de repente, não poderia vir por inteiro. Afinal, o que é o amor sem impedimentos? Mas os impedimentos da vida real podem ser muito maiores e mais complexos que as simples histórias infantis.
E o canto da sereia que te atraiu, te afunda e te faz perder o ar. Você percebe, então, que o clichê ‘era bom demais para ser verdade’ é bastante aplicável. Ainda assim, insiste, acreditando que possa ser apenas uma fase, até perceber que o maremoto ainda tardará a passar. Faz parte, não é verdade? E apesar de seu coração desejar o contrário, você recebe a confirmação: a tormenta é maior do que se esperava e que você, neste momento, poderia suportar.


Diante das opções, ou você se deixa levar pela correnteza e se afunda no oceano – o que não necessariamente te fará reerguer-se com a sereia -, ou se permite flutuar até a superfície sozinha, nadar para ondas mais distantes e descansar em terra firme, buscando novamente seus aparentes equilíbrio e paz, enquanto aguarda a calmaria. 


Ainda é cedo para se enveredar por caminhos tão arriscados e tortuosos e a vida te fez ver que não é questão de medo ou fraqueza, mas de autopreservação e amor-próprio. O que tiver que ser, será. Restam, no momento, lamentos de um romance 'quase' vivido, um coração 'quase' inteiro e um amor 'quase' certo.


Mas para construir algo sólido, é necessário primeiro pisar em terra firme.


By Patrícia Souto

terça-feira, 3 de abril de 2012

Qual o tempo do amor?

Qual o tempo do amor?
É medido em horas, dias, anos?
Ou em momentos, instantes congelados de lembranças
Sonhos no quarto ou compartilhados?
Qual o tempo do amor?
O abrir e fechar de olhos, à primeira vista
O espaço de uma visita
Dias vivenciados, ou sonhados
Amor platônico, ou conquistado
Amor sentido, amor criado
Amor descoberto, compartilhado
O amor...
Qual o tempo do amor? 
Amor eterno...
Amor plantado...
Amor colhido...
Amor matado...
Amor que dura, ou que segura
Amor bandido, amor safado
Amor sofrido, incorrespondido
Amor querido, interrompido
Amor amado.
Qual o tempo do amor?
Amor que se faz sentir
Ou que se disfarça...
Amor ferido, ou dado de graça...
Amor por amor
Sem relógio ou razão
Qual o tempo do amor?


By Patrícia Souto